Enfim, três de outubro

Como todos imaginavam, três de outubro foi um dia tenso. Tenso por conta da ansiedade, por conta do cansaço, da vontade de ver os frutos do trabalho. Todo tipo de campanha tem seus prós e contras. Perde-se de um lado, se ganha do outro. O resultado final pode não ser o esperado, mas nesse caso, especificamente nesse caso, não pode ser chamado de derrota. Levando em conta que tudo nessa vida é aprendizado, o que dizer de uma campanha política onde a intenção foi ensinar e conscientizar mais do que qualquer outra coisa? Claro que não adianta sermos hipócritas e nos orgulharmos dizendo que os votos eram o de menos... Os votos coroariam este trabalho que não é feito há apenas três meses e, além de tudo, os votos marcariam o início de um processo prático na luta contra a pedofilia. Não conseguir esses votos passou longe de ser uma derrota, uma vergonha, ou sinal de desistência, apenas nos dá mais certeza que ainda há muito que fazer. Quando vemos Tiririca com mais de um milhão de votos a primeira reação é sentir vergonha, achar que as coisas não têm mais jeito e que não faz sentido lutar por causas tão dignas. Um milhão, trezentos e cinqüenta e três mil, oitocentos e vinte pessoas votando no candidato da palhaçada, não torna inútil uma luta, pelo contrário. Lembremos de todas as pessoas a quem apresentamos as propostas e o trabalho dos meninos, e que graças a nós e claro, graças a eles, puderam conhecer tantos vícios que destroem as nossas famílias, e acreditar que existem pessoas capacitadas e íntegras para combater esses males. Foram trinta e oito mil e setenta votos para o Kiko, e sessenta e dois mil, trezentos e noventa e oito votos para o Leandro, milhares de pessoas que confiaram. Não foi o suficiente? Infelizmente não. Ainda há muito que fazer, há muito que conscientizar. E não precisamos nem ir tão longe... Cada um de nós, que tivemos a oportunidade de acompanhar esse trabalho, e por que não, sermos convencidos de que a causa vale a pena ao ouvir cada palavra dos meninos. Quantos de nós que votaram pela primeira vez já abraçando essa causa. E também, quantos outros decidiram confiar o voto nos meninos e foram “acusados” de serem “fãs cegos”? Poucos entendem que nós, fãs do KLB, somos privilegiados. Para a grande maioria das pessoas, talento, sucesso e carisma (e às vezes nem tudo isso), são atributos suficientes para fazer de um artista, um ídolo. Nós temos que agradecer, por além de termos essas três características em nossos ídolos, ainda temos caráter, integridade e responsabilidade social. Talvez eles nunca consigam entender realmente o que isso significa para cada um de nós. Em um país onde muitos não encontram bons exemplos nem dentro da própria casa, encontrar isso em um artista faz reacender a esperança de que as coisas podem sim mudar, e que com a confiança que Deus transforma os corações das pessoas, podemos acabar com as injustiças.
Vocês, nossos meninos, serão sempre nosso orgulho! Depositamos nossa confiança em vocês porque acreditamos que o trabalho e a luta não param por aqui. Continuaremos multiplicando com a certeza de que daqui dez, vinte, trinta, quarenta anos, olharemos para trás e nos orgulharemos vendo que os fãs do KLB junto com vocês, ajudaram a mudar a realidade do nosso país. “Tamo junto” sempre! Porque só a gente sabe quando tudo vale a pena.